No Reino Das Cores

setembro 23, 2010

Voa, voa borboleta
Encaracola asas
Ilumina
Colorindo meu jardim
O perfume das flores não tem cor
Mas colore
De tom em tom
Meu coração
Pulsando em branco e preto
Num degrade de emoções
Preto é preto
E eu sou negra!
Negra presença
Ébano de sons
No reino das cores
Sou princesa
Castelo e dragão
Tudo pode
Pode tudo
Na paleta da entoada
Quem não pode ver
Pode nada
Nada pode

Canção Sem Som

setembro 23, 2010

Essa página em branco me persegue
Pra onde foi minha inspiração?
Será que anda por mesas e bares tão diferentes
Que nem mais meu cheiro sente?
Tantas pernas, tanta gente
Por onde anda essa “sem razão”?

Chama ela, chama ela
Vê se faz ela voltar
Chama ela, chama ela
Bota tudo em seu lugar

Onde foi parar aquilo que
Dá voz à criação?
Estará dançando em ondas de outros mares
Muito, muito longe
Pra onde não posso remar?
Tão pertinho quando sonho
Tão distante ao acordar
Por onde andam os olhos
Desses ouvidos que não podem me enxergar?

(palmas)

O som da canção me deixou
Como faço pra dançar?
O som da canção deixou (Êooo)
Só palavras pra cantar

Chama ele, chama ele
Vê se faz ele voltar
Chama ele, chama ele
Bota tudo em seu lugar

Observatório

setembro 23, 2010

É bom te ver por aqui
Fazia tempo que não me via assim
Espelhado por essa moldura
Refletido nessa retina
Hoje ficou tudo tão diferente
Os tons
Os modos
As formas
O que havia, nem sequer existia
E o que sobra é todo o resto do mundo
E tudo é tão maior
Mesmo que as fronteiras se afastem
E que os espaços se alarguem
Sempre tem um canto
Que canto
Enquanto finjo nem lembrar

Distorção

setembro 23, 2010

É bom te ver por aqui
Fazia tempo que não me via assim
Espelhado por essa moldura
Refletido nessa retina
Hoje ficou tudo tão diferente
Os tons
Os modos
As formas
O que havia, nem sequer existia
E o que sobra é todo o resto do mundo
E tudo é tão maior
Mesmo que as fronteiras se afastem
E que os espaços se alarguem
Sempre tem um canto
Que canto
Enquanto finjo nem lembrar

Resistência à Resistência

setembro 23, 2010

Enquanto imbecis brigam pela sua fatia de mundo
Observo de fora o lado de dentro
De que vale toda “pluralidade”
Todo aquele bacanismo com ar descompromissado
Se ainda assim o EU escraviza e chicoteia?
A alegria dispensa autorias
Liberdade às gavetas!
O interior da madeira precisa respirar
Nó de pinho
Na garganta
Independência ou corte
Entre sul e norte
O contrário
À espera que ele regresse
Voando em seus ventos
Para que a arte possa enfim respirar
Demente
De mente aberta
Dispenso a eloquencia
Só lembro do tempo em que para cantar
Bastava gostar

Pizzicato Coração

junho 1, 2010

Toca
Puxa
Solta
E deixa soar
Bate em descompasso
Pensamento que nem pensa
Em acompanhar
O pulso oscila
E vem me apressar
Já é tarde
Hora de acordar

Em Construção…

abril 17, 2010

Sou tímida. Quando fico triste, meus olhos caem. Minha positividade é uma marca. Não suporto auto-piedade. Quando pequena, brincava com os amigos imaginários de meu irmão. Tenho muitos amigos. Adoro tomar banho. O mar me hipnotiza. Gosto de ir fundo. Fones em meus ouvidos tem o poder de fazer trilha para tudo. Sou cantora. Sempre fui, mesmo quando não sabia. Sou feita de música. Desastrada. Esbarro, derrubo e quebro coisas frequentemente. Palhaça. Minha porção irônica é bem mais forte que todo o resto. Morro por uma polenta frita. Memória de elefante. Lembro da minha avó chegando com o prato de pirê e bife picadinho, enquanto eu esperava na cadeirinha de bebê. Platônica. Amores são meu ponto fraco, e todo mundo tem um ponto fraco. Minhas músicas são como filhas. Não tenho vergonha de chorar. Choro por qualquer coisa, mesmo. Sou forte. Não envergo facilmente. Tenho pés grandes e bonitos. Sou grande. Não faço dieta. Cantar me emagrece. Minha vó é minha estrela guia. Meu vô sempre será meu sol. Meus primos são irmãos. Meu irmão é o máximo. Minhas tias são como mães. Minha mãe é tudo pra mim. Meu pai me ama intensamente. Sou intensa. Preguiçosa e distraída. Tenho unhas bonitas. Meu nariz é perfeito. Não gosto dos meus braços. Tenho muito empenho em tornar meus sonhos realidade. O passado me assombra. O futuro me enfeitiça. Sou amável e ácida. Não tenho paciência para o trivial, normalmente tenho tolerância para coisas que mais ninguém tem. Não sou normal. Meu ombro é amigo de todos. Minha voz é tudo o que tenho de meu. Gosto de escrever. Não consigo ler livros, queria muito. Minha família é feita de leitoras compulsivas. Ovelha negra. Tenho mania de começar e não acabar coisas. Odeio isso. Não troco minhas horas de terapia pela antiga e confortável ignorância. Tenho chulé. Amo sapatos coloridos. Tenho muitos sapatos vermelhos. Não saio de casa sem maquiagem. Meu apelido é Diva. Amo um palco. Tenho seios firmes. Nem sempre sou firme em meus propósitos. Tenho celulites. Sou manipuladora e articulada. Sou má. Dizer não é um saco. Sou cheirosa. Hálito de melancia. Tenho movimentos de bailarina. Minhas mãos são delicadas. Meu toque é sutil. Amo que mexam no meu cabelo. Sou fogo. Em grande parte das vezes, oito ou 80. Há quem diga que não sei me proteger. Meu salto é sempre sem rede. Sonho em voar alto.

Microtons

abril 16, 2010

No show sem luz
Ouvido surdo de tanto escutar
Amor em microtom
De gomo em gomo
Sem gosto
Desgosto estampado no rosto
A música se ouvia
Mas a voz não saía
Nada é diatônico
Polifônico, decassílabo
Caótico
Ascendente decadência constante
Num ponto equidistante
Entre Tons, Chicos
E manés
Sem grana nenhuma
Acabou Fortuna
Acabou chorare
Nem de longe conseguia
Não lembrava nem do nome
Que tem a fome
O nexo perdido
Por onde andaria?
Toda aquela empatia
Se perdia na cara sem graça
Nos olhos pesados de mar
Na fala que não fala
Nada do que quer falar

Desgostando

abril 4, 2010

Tudo começa à primeira vista. Mesmo que de olhos vendados. Me atiro pela janela, justamente por desejar que mais e mais janelas se abram até que suplantem as míticas portas. Houve uma vez um castelo, um vestido e um quase amor. Morri pela porta. Ela me atravessou, rompendo cada músculo, cessando cada pulso, roubando todo o ar. Desde então, passei a por flores em minhas janelas.
A cada vitória
Um rastro de derrotas pelo caminho
Que burro seria eu
Se julgasse o mundo
Por ninho
O mundo hoje
Quer mais, pulsa mais
Expulsa mais
É findada a filiação
Mas nada justifica esse vazio
Nem a velocidade contemporânea da desinformação
Nem essas idéias que insistem em se perder em minha cabeça
São muitas, confusas
Embaralhadas
Não consigo pensar com esse engarrafamento todo
Como evitar o amor?
Peito nu, seio aberto
Repelindo a atração dos corpos
Freiando com tração nas quatro

Todos Estão… Mudos??

março 8, 2010

De porta em porta
Tem faltado mão pra bater
Que mundo é esse que gira ao meu redor?
Tantos carros
É tanta chuva
O barulho me cega
Onde estão os seus ouvidos que não me ouvem?
Sonhos repetidos, imagens
Quando os pensamentos dormem?
Esse passo a passo
Não diz nada
Não sei jogar
Alguém viu o manual??
Tá tudo embaralhado
Rock and Soul
E eu tão blue
Onde estão meus sais??
Já não me importa
Quero mais açucar!